Infelizmente, o número de mães que buscam ajuda e apoio psicológico, para entender porque os filhos menores ainda resistem a sair da cama do casal, é enorme. Muitas chegam a acreditar que é um problema emocional grave. Outras, estimuladas por uma tendência patriarcal, de que a mulher carrega uma culpa eterna, já acreditam que elas não sabem educar e estão fazendo tudo errado na educação e orientação dos filhos, motivo pelo qual estes não querem dormir em seu próprio quarto e sua própria cama. Mas o que fazer para tornar essa transição mais leve e menos angustiante para os pais?
Vamos aos fatos: no auge de uma vida corrida e sempre acelerada, a educação dos filhos acaba se tornando uma tarefa prazerosa, mas também recheada de surpresas e grandes desafios. Temas clássicos podem se tornar fantasmas e gerar péssimas impressões na vida cotidiana da casa. Situações que rondam o universo materno/infantil e que precisam ser discutidas. Fazer a criança pequena sair da cama dos pais, sem dúvida, é um dilema de muitos casais. Mas é possível conseguir esse feito, basta seguir e compreender algumas dicas, respeitando sempre os limites do filho (a).
Mas como é possível ajudar a criança a dormir sozinha? Primeiro, deve-se incluir uma rotina disciplinar que possa moldar o comportamento da criança. Sua memória afetiva está ligada ao período da amamentação, onde dormia grande parte do tempo no colo, muito próximo à mãe. Tanto que seu cérebro está, a todo momento, fazendo associações que gerem conforto e segurança. Portanto, ela precisa se sentir pertencente ao local onde deve dormir. Por exemplo: participando da escolha dos itens do ambiente. Ou seja, a perfeita adaptação só acontece se os pais criarem e incentivarem alguns rituais.
A criança precisa perceber que ela não está sozinha e que seu espaço traz uma atmosfera de paz, tranquilidade e segurança. Então, nada de luz acesa ou de celular ou tablets para ajudar a pegar no sono. Estes elementos não ajudam. Pelo contrário, espantam o sono, já que afetam a produção de melatonina - hormônio que prepara o organismo para o sono e é liberado quando o ambiente está escuro. Além disso, ao acordar, no meio da noite, a criança pode chorar, resmungar e os pais podem, para amenizar, pegar e colocar na cama deles. Isso não pode. Espere alguns minutos para acudir, pois nesse período, ela pode voltar a dormir sem maiores transtornos. Se a criança se levantar e ir até a cama dos pais, deve ser orientada a voltar para sua cama.
Se levarmos em consideração que, para criar um hábito, nosso cérebro precisa repetir a atividade por, mais ou menos, 66 dias, é sabido que no início, pode ser sofrido e cansativo ajudar a criança nessa construção. Mas, após conseguir ficar uma vez sozinho e entender que está ganhando autonomia e que pode ter o seu próprio espaço, a criança irá desenvolver o hábito e ele passará a fazer parte de sua rotina de forma natural e sem sofrimentos.
Portanto, não precisa se descabelar ou perder noites de sono chegando no trabalho como se um trator a atropelasse. Existem soluções que podem ser adotadas respeitando os limites de cada um. Para que seu filho compreenda os reais benefícios dessa nova rotina, empenho e paciência são cruciais. Auxilie na mudança de hábitos, abra diálogo, acolha e ofereça afeto. A hora do sono é sagrada e precisa ser prazerosa. Do contrário, teremos crianças que não respeitam limites, carentes e que não sabem se adaptar aos lugares com os quais precisa conviver.